25.8.02

Hmmmm, escrever alcoolizado é muito pouco recomendável. Faz a sua máscara de "está tudo bem, a vida é linda" ir pra casa do caralho e coisas que você não queria demonstrar vêm à tona.
Por isso, tomarei cuidado. Nada de revelações bombásticas. Apenas um pensamento:


Já repararam que às vezes nos seguramos para não mandar as pessoas que nós amamos se foderem? Quer dizer, aquelas pessoas que são fantásticas e magníficas 95% do tempo, mas nos outros 5% agem de uma maneira tão escrota que você estufa o peito para mandar ele visitar a mãe na zona... mas não manda.
Cheguei à conclusão de que a sociedade é muito limitada. Ela só admite o foda-se permanente. Aquele que vc explode, manda, e nunca mais fala com a pessoa. E se cruzar com ela no supermercado, finge que está vendo o preço do aspargo, pra não ter que olhar pra ela. O foda-se temporário ainda é desconhecido pela maioria das pessoas.

A diferença entre um e outro, é justamente a amplitude da irritação. Pessoas irritantes por definição, cuja mera presença já incomoda muito e torna o programa sacal, são passíveis de um foda-se permanente. Aquele momento glorioso em que dizemos com todas as palavras que o sujeito deveria estar penteando macacos, expurgando assim a pessoa do nosso convívio, para nunca mais voltar. Já aquelas pessoas queridas, que nós realmente queremos bem e gostamos, mas que uma vez ou outra te dão no saco, essas merecem um foda-se temporário. Algo como "vai cagar, mas vê se volta". Que basicamente significa que você não quer ver a pessoa nem pintada de ouro, até que o assunto saia da sua cabeça e a presença dela seja mais-que-benvinda novamente. É o tipo de atitude que quase ninguém entende. As pessoas são muito oito ou oitenta. "Ame-o ou deixe-o". Bobagem! Ame-o, sim, mas saiba a hora de trancá-lo no armário. Ou de torturá-lo com ferro quente. Afinal, ninguém é perfeito, e nós não precisamos fingir o contrário.

Aliás, é isso que falta às pessoas. Largar mão dessa babaquice de achar que existe alguém "perfeito". Mesmo já sendo ponto passivo que a perfeição é utópica, as pessoas insistem nessa pieguice de "perfeito pra mim". Perfeito pra você é a sua mãe, caralho! Ou não. Pessoas são pessoas. Maravilhosas e irritantes, grandiosas e mesquinhas, soberbas e ei, esse sapato não combina com sua blusa. C'est la vie. É por isso que eu defendo o uso do foda-se temporário.
Do tipo, cara. Vai pra puta que pariu, tá? Mas me liga amanhã.
É. Acho que faz algum sentido.


Wind.

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