24.1.03

Ok. A conspiração universal foi muito eficiente. Quero deixar bem claro a todos que EU ACREDITO EM INFERNO ASTRAL!!!

Mal posso esperar pela terça-feira que vem, meu aniversário (Ha! Eu quase nem lembro que é meu aniversário. Se bobear vai passar e eu vou esquecer), pra ver se essa sequência absurda de merdas para de acontecer...

Nos últimos dias me aconteceu de tudo: Computador quebrou, ventilador explodiu, meu nariz descascou todo e a herpes fez a festa, escrotos de quem pensei que tivesse me livrado voltaram a me escrotizar, briguei com todo mundo que ainda faltava brigar (não eram muitos) e fui esfaqueado pelas costas pela pessoa em quem eu mais confiei.

Bastante coisa, não? E olha que ainda faltam 4 dias! Eu estou seriamente tentado a me isolar dentro de casa, não atender telefone, não ligar nenhum aparelho eletrônico, não comer e nem tomar banho. Assim, na pior das hipóteses, eu morro quieto na cama sem causar alarde, o que não vai ser notado por muita gente afinal, que dirá lamentado.

A coisa aqui está tão feia que eu ando tendo umas crises muito doidas. Ontem passou na tv "Superman - O Filme". Eu assistia esse filme pelo menos uma vez por DIA durante as férias de verão que eu passava na casa dos meus avós em Florianópolis pelos saudosos idos dos meus 3, 4 anos de idade. Fui assistir de novo e quando vi estava quase chorando. E hoje, acordei em prantos porque tive um sonho em que estava na casa da minha outra avó (eu estive lá há 2 semanas) indo viajar com meus primos, e meu pai estava lá e só ia dois dias depois. Então eu fui dar um abraçdo de despedida no meu pai e não conseguia largar, e comecei a chorar que nem uma criança. Fiquei assim chorando até acordar, com o rosto molhado. Com saudade da época em que eu morava em São Paulo - que aliás foi a PIOR da minha vida. Ou tinha sido, sei lá. Porque para estar sentindo saudades daquela época, acho que a atual não é muito melhor não.

Eu sinceramente espero que o psiquiatra descubra que tudo isso não passa de uma doença perfeitamente curável com um mísero remédio e me dê um comprimido pra trazer de volta a normalidade cotidiana. Eu não aguento mais esse buraco onde eu caí certa vez e até hoje não atingi o fundo...


E claro, para completar:

Pior do que um mentiroso é um mentiroso incompetente que deixa evidências de sua mentira para trás;
Pior do que um mentiroso incompetente é um mentiroso cretino que tenta te convencer que a merda que ele fez para você foi culpa sua que não se explicou direito;
Pior do que um mentiroso cretino é um mentiroso cretino que era seu amigo e a quem você nunca deu nenhum motivo para te trair e se tornar um mentiroso cretino;

Cansei de gente hipócrita. Vão tomar no cu com sal grosso e parem de encher o saco.



Wind

23.1.03

Não é simplesmente odioso quando você se importa com alguém a ponto de abdicar de algo de que você gosta muito e até necessita, porque é destrutivo para o outro, e quando você toma o passo e anuncia, a primeiríssima coisa que fazem é dizer na sua cara que "você não se importa!"?

Oh, bem, perdoem minha visão além do horizonte imediato. Da próxima vez eu tento inventar uma desculpa esfarrapada e cliché mais fácil de assimilar, ao invés de ser sincero.

Aliás, esse é o problema de ser sincero e jogar limpo: as pessoas não compram. É triste. Mas também, foda-se.



Wind

22.1.03

Eu começei a gostar dessa música quando a ouvia na abertura de Birds of Prey, aí resolvi baixar, gostei mais ainda, e então eu li a letra. E a letra é perfeita! A melhor descrição de mim que eu já li :) Então vou postar a letra aqui para vocês se inteirarem. Com vocês, meu novo tema:

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Revolution


Aimee Allen

Hey kids, rock 'n' roll
That's how I lost control
Hey kids, go get high
I can't remember why

Up all night, I waste my time
I am fine, but a day behind
Up all night feeling stupid and happy
But the days are overlapping

I'd start a revolution
If I could get up in the morning
I'd start a revolution
If I could get up, get up

i'd start a revolution, i'd start a revolution
if I could get up in the morning (2x)

Hey, every day is the weekend
I stay up, so I sleep in
Hey, every day there's a reason
To just do it all over again

Up all night, I waste my time
I am fine but a day behind
But all night feeling stupid and happy
But the days are overlapping, my days are overlapping

I'd start a revolution
If I could get up in the morning
I'd start a revolution
If I could get up, get up

I'd start a revolution, I'd start a revolution
if I could get up, get up (2x)

All the things I do that you tell me not to
Try walking in my shoes but you stumble, don't you?
4-5-6 a.m.
I'm up all night again

I'd start a revolution
If I could get up in the morning
I'd start a revolution
If I could get up, get up

I'd start a revolution, I'd start a revolution
if I could get up, get up (2x)

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Wind

18.1.03

Gente, perdão pela falta de atualização. É que além da semana que eu passei no sítio isolado do mundo (muito boa), eu cheguei aqui no Rio e descobri - muito para minha surpresa - que a minha fonte tinha ido pra casa do caralho. Morri em quase 60 reais pra chegar em casa e gritar de horror ao notar que a placa-mãe TAMBÉM tinha morrido! Voltei na loja e foram mais 370 reais embora. Detalhe é que eu NÃO TENHO essa grana, eu parcelei em 6x sem juros no cartão e estou rezando pra estar empregado novamente antes da primeira parcela cair (maldita hora em que eu coloquei o cartão no débito automático)

De modo que só agora estou de volta, pouco a pouco reinstalando o Ruindows inteeeeiro porque ele é incapaz de sobreviver a uma mudança de motherboard sem precisar intalar de novo.

Ainda bem que eu tenho mais paciência do que grana...



Wind

4.1.03

P.S.: Minha neném agora também está linkada ali do lado, com um blog extremamente poético e intenso, não indicado para os fracos de estômago, mas visita obrigatória para quem acha que sabe sentir. :) Passem lá.


Wind
Miha mãe sempre conta uma história de quando eu tinha uns 5, 6 anos de idade. Nós morávamos aqui no Rio, no saudoso apartamento da Tonelero (que ainda foi palco de tanta história em minha vida, inclusive recente, bem recente). Estávamos na mesa do café e ela puxou assunto comigo: "Rafa, lembra da nossa casa de Floripa?". Ela se referia à casa da General Bittencourt, onde eu morei nos anos mais antigos que minha memória ainda guarda, numa casa colada à dos meus avós, em Florianópolis, SC. Me mudar de lá havia sido difícil, e ao ouvir falar da casa, diz ela que eu abri um enorme sorriso e me interessei de imediato: "Lembro, mãe!". "Pois é" - disse ela - "A sala virou uma garagem". E, segundo minha mãe, o que se seguiu foi a cara de decepção e desencanto mais intensa que ela já viu. Também pudera, eu sempre lidei muito mal com a passagem do tempo e com as mudanças naturais. Pior ainda com as bruscas e inesperadas.

A verdade é que eu sempre tive dentro de mim um lugar onde as coisas nunca morriam de velhas. Nunca iam embora. Todas as lembranças gostosas da infâncias permaneciam sendo realidade ali, e eu frequentemente me refugiava nesse canto seguro, agradável, até mesmo essencial para o meu bem-estar. A casa de Floripa ainda existia dentro de mim, e eu ainda andava por seus cômodos, quando minha mãe displiscentemente estilhaçou aquilo tudo me dizendo que a casa não existia mais. É até meio inevitável que isso aconteça. Ninguém tem a obrigação de saber que meu equilíbrio tênue se embasa em coisas infantis e idiotas como essa.

Mas dói. Dói como ter seu mundo perfeito atravessado por um meteoro incandescente, incendiado e extinto em questão de segundos. Dói como o vazio que sobra logo após. Dói como a dor que sempre se adia até que o fato tardio venha confirmar o óbvio. Dói como uma faca gelada no coração durante o sono. Dói como perder a esperança. Dói.

Tomara, tomara que eu não precise passar por isso muitas vezes ao longo da vida.


Wind

2.1.03

Ok, ok. Primeiro post do ano. Antes de mais nada, feliz 2003 para todos, meio atrasado mas ainda em tempo (ainda falta 99,438202247191011235955056179776% de ano pro próximo reveillon, então dá na mesma)

Segundo: esse mês que passou eu fiquei surpreso em descobrir que muito mais gente do que eu imagino lê meu blog. Minha tia Klau e até meu pai já passaram por aqui (e obviamente deixaram comentários quilométricos, o do meu pai inclusive veio pelo correio, manuscrito em 9 páginas. Sou chique ou não sou??). E a maioria das pessoas demonstrou preocupação, em grande parte por causa de um post recente em que eu desabafei sobre a minha falta de rumo à beira dos 22 anos de idade.

Eu queria agradecer por todos os comentários, desde os de uma linha, do tipo "a vida vai melhorar!" até os quilométricos. Eu sou uma pessoa muito difícil de se dar conselhos. É muito difícil me apresentar pontos de vista que eu já não tenha levado em conta. Nada me irrita mais do que uma frase feita. Mas ainda assim, eu reconheço que todas as tentativas são sinceras. E também tem aquelas raras vezes que alguém consegue me fazer ver algo que eu não tinha visto. E mais surpreendente ainda é quando conseguem me dizer algo que não é o que eu queria ouvir, mas que ainda assim me alivia. E eu ouvi várias coisas desse tipo. Principalmente do meu pai. O que só faz com que eu fique cada vez mais fã dele. E fez também eu tomar uma decisão muito importante:

Não vou medir mais minha vida pela vida dos outros. Os outros sabem o que é bom para eles, mas o que é bom para mim, sei eu. E se não sei, tomarei o tempo que for necessário para descobrir, sem nunca parar de tentar, mas sem me estressar nessa de perder tempo. Eu não perdi um mísero segundo de vida desde que nasci, há quase 22 anos atrás. Eu sempre estive vivo, ativo, procurando coisa. Mesmo quando todo mundo achava que eu perdia os dias enfurnado em casa vendo TV, morgando no computador ou jogando videogame, eu estava sempre atento a tudo, analisando, pensando, descobrindo o funcionamento do mundo e das coisas. Todas as minhas empreitadas fracassadas foram repletas de coisas novas e de crescimento. E cada vez que eu nado da canoa furada até a praia novamente, eu chego sabendo nadar melhor e planejando construir uma canoa ainda mais segura. E quando ela passar pelos corais e pelo mar revolto intacta, eu tenho certeza que o que haverá do outro lado é muito mais interessante e muito mais bonito do que esses lugares-comuns para onde a maioria das pessoas dirige suas jangadas.

Nenhum tempo é perdido quando se vive de verdade. E eu vivo de verdade. Logo, não encham o saco :)

Um 2003 tão bom a vocês quanto o meu será.


Wind