17.7.02

Estou tentando vencer a minha preguiça de desenvolver aqui os assuntos que eu penso durante o diai... Culpa do sono, já disse... mas se esse povo comentasse, nem que fosse um "eu li viu?" eu teria mais vontade de escrever. Afinal eu escrevo esse blog pra vocês, galera. Se fosse pra ser só pra mim, não faria sentido ele estar na WWW :P

Enfim, hoje aconteceu algo digno de comentário. Sempre acontecem coisas dignas de comentário, mas essa eu realmente fiquei com vontade de escrever. Complementa aquele meu texto sobre comportamentos que me irritam. Daquela vez eu havia dito o quanto eu odeio quando me criticam na frente de outra pessoa, especialmente quando não é uma crítica construtiva e sim uma reclamação. Disse também que ainda pior era quando me criticavam PARA a outra pessoa, na minha frente, como se eu não estivesse ali, como se estivessem discutindo o comportamento de um animal de estimação.

Pois é, mas hoje eu consegui definir qual é pior, a mais irritante, dessas situações. É quando me criticam para aparecer.

Aconteceu de ir almoçar com amiga minha hoje, como eu faço às vezes, e ela estar acompanhada de uma colega da faculdade dela. Eu gosto muito da menina, mas ela tem um protocolo social expansivo que às vezes me irrita. Acho que todo mundo conhece alguém assim, que quando está só com você é um amor de pessoa, mas quando está em público veste uma máscara irritantemente nojenta. Pois é. Essa minha amiga gosta de chamar atenção, e o recurso mais básico que se usa quando se quer ser centro das atenções é fazer os outros rirem. Até aí tudo bem. Mas existem maneiras e maneiras de fazer os outros rirem. Algumas são boas, outras não. Uma das que NÃO são boas, apesar de muito eficiente, é ser sarcástico. O problema é que sarcasmo requer uma vítima.

Eu acho que todo mundo tem uma certa tendência de ser sarcástico, porque grande parte do humor das tiras de jornal, programas de tv, cartuns, etc, que nós crescemos lendo e assistindo, é composto de sarcasmo. Quando eu era pequeno eu era fã de Garfield. Isso fez com que eu afiasse muito meu sarcasmo, e eu instintivamente usava isso para ser engraçado e aceito em grupos. Mas meu pai veio um dia me avisar que isso não era legal e tal, que nos quadrinhos não havia prejudicados pois eram todos personagens, mas na vida real isso sempre atacava alguém, etc e etc. Uma coisa que nunca saiu da minha cabeça, porque a partir desse dia eu notei que REALMENTE, quando eu começava a fazer piadas, SEMPRE alguém ficava ofendido. Ou eu ficava com fama de arrogante, ou coisa parecida. Desde então eu aprendi a me policiar. Nem sempre eu consigo filtrar, é claro, mas quando eu percebo o que estou fazendo eu fico muito mal, trato logo de pedir desculpas.

E é por isso que eu não brigo quando fazem comigo. Nas primeiras vezes. Mas quando se torna um fato repetitivo, a pessoa que me perdoe, mas eu faço um esforço hercúleo para não mandar tomar no cu e sumir. Ainda mais quando eu sou SEMPRE a variável do algoritmo de autopromoção da pessoa, porque "eu sou tão amigo e isso dá a liberdade de falar assim". Ora, vá pra @#@#%$#$#!!! Tem coisa mais irritante do que alguém que te machuca e diz que "é porque te ama"? Acho que essa é a frase mais imbecil do universo. Amar não significa que vc possa usar a pessoa de para-raio. As pessoas tem essa idéia de que o amor é aguentar todos os defeitos escabrosos sem reclamar e achar isso o máximo. Isso não é amar, é ser mané. Quem ama mesmo sempre pensa duas vezes antes de abrir a boca, para não magoar justo aquela pessoa que é tão importante.

Mas enfim, eu não briguei. Não briguei, nem falei nada, porque há de se perdoar. Eu gosto dela, é o jeito dela, e embora torre o saco, há de se perdoar. Ao invés de brigar, retribuí a achincalhação pública com uma contra-achincalhação ainda mais pública, eternizada em blog. Mas vocês nem sabem quem é, então não faz diferença mesmo.

No fundo eu já esqueci. Mas é que dava um bom texto.



Wind.

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