Quarta-Feira foi um dia esquisito. Acordei (ou coisa que valha) às 6, pra tacar tudo na mala de qualquer jeito, perceber que tinha esquecido na casa da minha mãe em Sambaqui minha câmera digital e que tinha absolutamente PERDIDO a chave de casa (!!!), embarcar num avião com 3 turmas de quarta-série do Colégio Catarinense indo pra SP de excursão e fazendo uma zona do inferno, um dia chuvoso horrível, chegar no RJ às 10:30 da manhã e só conseguir entrar em casa depois do meio-dia e muito, tendo morrido em R$70 prum chaveiro, ainda ter que ir trabalhar, e ao chegar em casa de noite, receber um telefonema da minha namorada dizendo que explodiu o único (!!!!!!!!!!!) cabo que traz energia do continente pra ilha e que Florianópolis mergulhou na idade da pedra, sem luz, sem água e sem previsão de normalização dos serviços.

E, para espanto generalizado, ainda consegui tirar uma coisa boa desse dia bizonho. Passei 2 horas na rua, esperando o chaveiro terminar um outro serviço, sentado à sombra de uma árvore, observando a cidade. Nem era um local especialmente turístico, era a entrada da minha rua que eu vejo todo dia há mais de 2 anos, e ainda está em obra, toda desorganizada, suja e engarrafada... mas sei lá, eu me senti tão tranquilo. Tinha medo de voltar para o Rio depois desse feriado nada menos que perfeito ao lado da mulher perfeita e de familiares queridos e fofos. Tinha medo de chegar aqui e preferir estar lá, como tinha acontecido em Junho (o fato de eu ter sofrido uma tentativa de assalto pelo taxista que me pegou na rodoviária ajudou muito). Mas o início do verão carioca é a coisa mais gostosa que há. Cheio de gente na rua, sol, movimento, os barulhos, os cheiros... é muito muito bom. E é aquele tipo de bom que não some com o tempo. Percebi então finalmente, que eu amo o Rio tanto quanto o dia em que cheguei aqui pra ficar. Até mais. Só não estou em período de paixão com a cidade. Diferentemente de Floripa, que usou de artifícios momentâneos para me seduzir, mas que no fundo no fundo, é um lugar que eu não gosto.

Tenho certeza que aqui é meu lugar. Espero do fundo da minha alma que se torne o dela também.




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