18.3.03

Eu obviamente queria escrever algo sobre a palhaçada dessa Guerra do Golfo II, O Retorno (dos que não foram). Mas meu pai já escreveu tudo que eu iria escrever, então só vou copiar aqui e assinar embaixo...

Wind


"Quero Votar Pra Presidente
por Fábio Savastano

Há 12 horas, formalizou-se o nascimento de um novo império mundial.

Cansado dos rituais e solenidades da diplomacia, que já estavam causando um desgaste desnecessário às tropas americanas aquarteladas nas fronteiras da Mesopotâmia e à sua imagem interna de estadista determinado, o Sr. George W. Bush adotou a regra universal do Manda-Quem-Pode, mandando às favas a opinião de várias nações com diferentes capacidades de influência planetária e foi fazer o que achava que devia.

Amanhã, a primeira bomba que explodir sobre Bagdá fará seu principal estrago no meio de Nova Iorque, exatamente no prédio das Nações Unidas, destruindo irremediavelmente o principal fórum mundial para manutenção da civilidade e da organização na Terra.

Do alto do seu poderio, sustentado pelo tripé dos domínios econômico-finaceiro, comercial e bélico sobre todos os povos, o governo norte-americano livrou-se da esgarçada fantasia de grande parceiro e assumiu a feia cara de dono.

Não nego que ele possa fazer isso, embora não deva. Pode porque quer, porque pensa que é a melhor coisa a fazer diante dos problemas de ordem interna que enfrenta, a sua crise recessiva, os compromissos de campanha e a disseminação quase incontrolável do aborrecimento, do rancor e do ódio que a arrogância estadunidense às vezes desperta nos outros, com desagradáveis conseqüências para os seus cidadãos.

Pode também porque não tem quem ofereça uma alternativa. Tirando a Inglaterra, mãe velhinha que depende e vive às custas do filho, vemos países como Espanha, Portugal e outros que claramente correram para se esconder às costas do mais forte, não por covardia mas apenas porque são também vítimas da hegemonia daquele. Na verdade todo o planeta está refém. A França, a Alemanha e a Rússia falam grosso, mas não aprovariam uma moção e muito menos se deslocariam em defesa de um país que está sendo unilateral e covardemente atacado por outro. Tá certo que o Saddam Hussein é um bandidão dos piores e merece cadeia, mas a ação americana não se encaixa em nenhuma das formas que ultimamente venho lendo nos jornais do que seria uma guerra justa.

Bem, desviei-me do foco que persigo. Não é fácil falar desse assunto sem que a paixão ameace vir à tona. E é interessante como os americanos comuns têm dificuldade de entender o porquê disto.

Voltando ao meu roteiro, o fato é que o governo Bush assumiu que faz o que quer nesse nosso pequeno globo.

Então, se o governo norte-americano manda em nós como está provado e, não há como duvidar, é um governo democrático, então reivindico o meu direito de também votar para presidente dos Estados Unidos.




Fábio Savastano

Brasileiro

título de eleitor nº 61.030"

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