24.9.08

Sobre aulas de moto, Guitar Hero e a mente de um DDA

Hoje tive prática de moto outra vez. Dessa vez fiz o circuito completo do exame, e praticamente não errei nada. O instrutor disse que não tinha nada a corrigir e que, se houvesse exame nessa sexta, eu provavelmente passaria direto, salvo se o estado emocional interferisse.

Fiquei pensando com meus botões e achei que o estado emocional não seria um fator muito impactante, já que eu ainda tenho tempo suficiente de treino para assentar a habilidade além do alcance da insegurança. O problema maior, o que pode me custar a aprovação (e mais 100 pratas e 1 mês de espera pra remarcar exame) é justamente eu estar treinado demais.

Se tem uma coisa na qual eu sou bom, é em seguir algoritmos. Repetir padrões. Por isso o circuito da prova, pra mim, não passa de uma brincadeira divertida de memorizar uma sequência de ações pra superar o obstáculo. Se me deixassem, passava horas e horas ali treinando. Isso é uma coisa que vem naturalmente para mim, a repetição. Mas então por que eu nunca consegui, digamos, praticar piano até atingir o ponto que eu queria de habilidade?

Pensei no Guitar Hero. Modéstia à parte, eu sou muito bom em jogos de ritmo. Jogo o negócio no Expert há tanto tempo que o que para muita gente é um aglomerado de bolinhas coloridas, pra mim são padrões repetidos que se traduzem em movimentos manuais quase inconscientemente. E eu aprendo rápido, também - comprei o Rock Band há menos de 6 meses e já estou tocando a bateria no Expert também, em um nível bem aceitável (claro que tem espaço pra melhorar muito ainda, mas me dêem 2 anos e vou estar tinindo). Aí alguém diz - se é tão estimulante e fácil aprender a guitarra de plástico, por que é tão difícil aprender o piano de verdade?

Ai entra a questão do DDA. A mente inquieta. Enquanto os desafios estão sendo lançados em sucessão rápida, os reflexos à flor da pele, eu sou capaz de passar horas entretido. Mas basta a atividade automática dispensar a atenção, ficar redundante, que a mente divaga e eu cometo algum erro idiota. Mesmo me forçando a prestar atenção, pequenos deslizes aqui e ali normalmente botam tudo a perder. Essa é a razão pela qual eu sou um excelente jogador de Guitar Hero no nível fodalhão, mas sou péssimo no nível iniciante. A distância entre uma nota e outra e a simplicidade dos padrões é um convite ao desligamento e ao consequente erro. Essa é também a razão pela qual eu sempre, SEMPRE erro alguma coisa idiota em provas cuja matéria eu domino. Perdi um 10 na média de Geometria Descritiva no semestre passado por um erro tão imbecil, mas TÃO imbecil, que chega a dar desgosto. Tipo, confundir ímpar com par.

Por esse motivo, a minha dificuldade em fazer tarefas simples, eu tenho medo de treinar demais o circuito da prova de moto e, na hora, cometer alguma idiotice porque comecei a pensar na morte da bezerra. Nessa hora, o nervosismo é um inesperado aliado, porque ajuda a focar. Mas mesmo o nervosismo passa com treino suficiente. E dada minha progressão rápida nas aulas práticas, é bem capaz que eu não passe por ser tudo muito fácil.

Agora é torcer pra pegar um avaliador com cara de nazista. =P


Wind

Um comentário:

Unknown disse...

Seis meses pra ficar bom na bateria? Dois anos pra ficar fodão? Cara, primeiro: vc é muito nerd e segundo: é um coitado. :D Jogo 1 hora 3 vezes por semana a seis semanas e já estou um animal na guitarra, quase terminando o hard. Enfim... Te entendo, é comum os idiotas se acharem os reis da cocada preta, mas quanto mais rápido vc perceber que é comum, melhor. :) E esse papo de DDA também é manjado. hahahahaha

Abraço.