23.8.03

Por que chora tanto, pequenino? Tão miudinho, e já faz tanto auê... mas saiste do ventre ainda agora, nem sabe o que é guerra, nem fome, nem morte... nem nunca sofreu desilusão de amor, nem aperto financeiro... então por que tanto choro? Nunca sentiste abandono ou miséria, nunca sofresses nenhum acidente, nem corte nem roxo, não sabe o que é saudade, tristeza e vazio... Mal chegaste no mundo, e têm tantos te olhando, de faces molhadas, sorrisos abertos... és tão recente e, ainda, já tão indispensável. Cercado de gente, cercado de amor... Não sei por que choras, nem posso perguntar. Não acho que saibas também. Se prestasse atenção, aqui do outro lado do vidro, verias motivo de sobra pra rir. Somos todos seus fãs, pequenino. Está nos nossos olhos. No nosso coração.

Bem vindo, Diego. Bem vindo à vida real. É um calvário infinito, mas é infinitamente maravilhosa. Quando o choque passar, quando o choro secar, abra os olhos. Há muito pra ver. Há muito a fazer, a sentir, a viver. Há muito chão pela frente pra você conquistar.

E se precisar de algo, é só gritar.



Wind


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