16.8.03

Mais um dia, mais pontas soltas emendadas, mais fantasmas do passado exorcizados. A faxina sistemática na minha vida parece estar chegando ao fim. Agora são poucas as toxinas a serem eliminadas das veias, e o que antes seria um processo doloroso e difícil agora vem naturalmente. Já não tenho mais tanto medo de fechar as portas que abro, mesmo quando elas definitivamente não dão onde eu queria chegar. Não preciso mais colecionar todas as bengalas que acho no chão só para me apoiar, pois cada vez mais eu tenho certeza que estou caminhando sozinho e bem. E o mais engraçado é que algumas pessoas jamais saberão dessa mudança. Eram alheias a minha situação anterior e continuarão alheias, eu que as mudei dentro de mim, mas indubitavelmente para melhor.

A tatuagem mais difícil de remover, resquício dos meus tempos de iconoclastia, é a irresistivel atração por um tipo de situação que a longo prazo me corrói. Esse, o último dos fantasmas, a grande assombração, está me esperando atrás das portas duplas (elas sempre são duplas!) da fase, mas eu já posso derrotá-lo. E cada vitória, pública ou particular, foi um degrau na escada que me tirou do porão sujo. E um olhar que mesmo sem querer, mesmo sem jamais desconfiar, cruzou o meu vindo lá de fora e me fisgou. Algo tão diferente, tão longe do que eu tantas vezes pintei nas paredes do meu sonho, mas que eu estou disposto a aceitar como suficiente para a minha felicidade.

Tudo o que eu peço dessa quimera é que ela seja bela, eterna e perfeita. Não é pedir demais.

Fazia tempo, hein, leitores? :)

Foi dada a largada para os "não entendi picas" nos comments!!



Wind

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