21.10.08

Mudar não é fácil. Não é a simples e imediata consequência da vontade. Mudar é um rito de passagem, como o nascimento ou a morte. Acontece de uma vez, mas é cercado de consequências e ecos que se propagam por algum tempo.

Mudar também é uma sensação esquisita. Especialmente quando significa abrir mão de coisas que sempre foram tão importantes, fazer concessões e abandonar metas impossíveis em favor das viáveis. Hoje me tornei viável, e isso é muito reconfortante, apesar de me sentir um pouco estranho. Preciso entender que não "amoleci," nem perdi nada de ultra valioso. Que certas posições radicais ou dão resultado cedo, ou nunca mais. E que se eu não alcancei alguns objetivos na vida ainda, é melhor desistir de tentar, sob pena de perder muito mais tempo caçando moinhos de vento.

É ruim também ter que escolher o que levar e o que deixar para trás, mas como não posso levar tudo, tenho que ao menos conseguir levar algo, ou vou ficar para sempre amarrado aos meus destroços, muito grandes para carregar comigo, e muito importantes para serem abandonados. Hoje foi um dia de escolhas, dessas que ninguém deveria ter que fazer. Mas eu fiz. E estou tentando muito me sentir feliz pelo que mantive, e não arrasado pelo que perdi.


Wind

Nenhum comentário: