30.6.03

"Dia desses, um carioca praticava a arte milenar de falar mal da Telemar. Indignado com o telefone cortado em Laranjeiras, Lao Zi, vamos fingir que este é seu nome, cobrou providências.

Foi atendido com gentileza, ouviu da funcionária um pedido de desculpas e a explicação de que havia um problema no bairro a ser resolvido em dois dias.

O nosso herói desligou o telefone e, horas depois, ao conferir a caixa do correio, descobriu que tinha sido injusto com a 31. Na verdade, tinha esquecido, meses atrás, de pagar uma conta do telefone.

Moral taoísta: você pode até não saber por que bate na Telemar. Mas ela sabe por que está apanhando."


(Extraído da coluna do Ancelmo Gois nO Globo de 30 de Junho de 2003)


Wind

27.6.03

É interessante o caminho que a Marvel vem tomando no cinema. As escolhas de diretores para seus principais filmes tem sido até o momento, muito feliz. Porque são todos diretores fortes e com personalidade, que imprimem uma identidade aos filmes semelhante à identidade que os grandes roteiristas imprimiam às fases em que escreviam um determinado título. Sam Raimi deu ao Homem-Aranha aquele clima de quadrinho clássico, colorido, leve, engraçado. Bryan Singer deu aos X-Men um tom sóbrio e realista, condizente com o teor psicológico dos personagens. E Ang Lee... bem, Ang Lee fez o seu próprio Hulk.

De fato, a primeira coisa que me passou pela cabeça ao sair do cinema, é que o título do filme era uma injustiça. Ele deveria ter se chamado Ang Lee's Hulk. Porque esse filme é como aquelas Graphic Novels que saem de tempos em tempos, onde algum roteirista consagrado, com um estilo próprio facilmente reconhecível, como Frank Miller, John Byrne ou Alan Moore por exemplo, reformula algum super-herói clássico em uma história fechada. O Hulk do cinema é o Hulk de Ang Lee. Um Hulk inédito e maravilhoso.

Mas não sejam ingênuos a ponto de imaginar que Hulk luta com espadas chinesas ou caminha sobre bambus. Associar imediatamente Lee com "O Tigre e o Dragão" é um grande, enorme erro. Seu envolvimento com o personagem nesse filme foi intenso e completo. De fato, até mesmo a captura de movimento do Hulk digital foi feita do próprio Ang Lee, porque ele simplesmente não conseguia explicar em palavras para um ator como ele imaginava a criatura se movendo. Ele mergulhou fundo na história do dr. Bruce Banner, e mesclou a ela sua própria identidade. Como resultado, um filme nada menos do que genial.

A direção e edição do filme, logo de cara, já se mostram diferentes de toda e qualquer outra obra que você jamais viu. É algo tão diferente e novo, que é como aquelas obras geniais em que somente depois de superada a estranheza e o choque do desconhecido é que se vai compreender a fundo a grandiosidade. Ang Lee faz questão de lembrar a todos o tempo todo que estão assistindo a uma história em quadrinhos. Os enquadramentos, as fontes das letras, a divisão da tela, as mudanças rápidas de tomada. E ao mesmo tempo, o ritmo do filme, o roteiro, são todos inexplicavelmente profundos e sérios, como não podia deixar de ser em se tratando de um filme de Lee.

Na verdade, Ang Lee extende simultaneamente o filme a extremos opostos. Ele é de uma seriedade inquietante e ao mesmo tempo de uma fantasia completa. Ang Lee não tem o menor constrangimento de mesclar ao tom psicológico e intimista do roteiro cenas fantásticas de superpoderes e situações clássicas praticamente xerocadas dos quadrinhos. Toda a intensidade da história é tão convincente que ninguém se sente menos envolvido quando a verossimilhança é esmagada pelo gigante esmeralda, seus saltos quilométricos, e sua calça que não rasga nunca. Essa dualidade se aplica igualmente ao próprio Hulk digital. Ele não parece computação gráfica. E também não parece real. Em cada cena que ele aparece, a única sensação que se tem, é de que ele é o Hulk. Mesmo. E está ali, fazendo aquilo tudo, interagindo com os tanques, helicopteros, soldados e desavisados das redondezas. Nada, nada neste filme destoa do contexto, nada quebra o conjunto. É um filme capaz de agradar aos fãs do Hulk, e capaz de agradar aos fãs de Ang Lee, mas que somente vai ter seu impacto total em quem for ao cinema para ver simplesmente o filme.

Resumo da ópera: Absolutamente diferente de qualquer adaptação de quadrinhos já feita, e absolutamente maravilhoso.



Wind

25.6.03

"Às 6h40m, enquanto a Portela concluía seu desfile, motoristas que passavam pela Rua Itapiru, no Rio Comprido, viveram momentos de pânico. Muitos deram ré para fugir de traficantes, armados de fuzis, que tentavam roubar carros. Apesar da ação, ninguém registrou roubo de veículo na 6DP e a PM não foi acionada. Ontem de manhã não havia policiamento na Rua Itapiru.
O prefeito Cesar Maia minimizou o ocorrido:
— Casos de delinqüência acontecem. O importante é que está havendo repressão ao crime organizado."

fonte:O Globo


Alguém me dá uma arma que eu vou lá mostrar um "caso de delinquência" pra ese cretino filho da puta!


Wind
Se algum de vocês for curioso o suficiente para arrumar um exemplar do Diário Oficial da União amanhã, ou mesmo baixar ele daqui, poderá ver meu nome impresso lá. Na relação dos classificados na primeira fase do concurso do TRT.

Em primeiro lugar.

Peço desculpas às regras do universo que ditam que o processo de recuperação de um problema é proporcional ao seu tamanho. Foi mal, não é meu estilo. Não vou me recuperar a passinhos de formiga. Vou direto ao ponto e já olhando além. São 22 anos reprimidos sendo liberados de uma vez só, e enquanto eu não encontrar algo que eu NÃO possa fazer, não vou parar. Não agora, que sou finalmente a pessoa que só existia dentro de mim, impedida de se manifestar por uma defasagem química - coisa ridícula, penso agora - que foi por tanto tempo confundida pelos outros e por mim como falta de motivação, de garra, de caráter. Não mesmo. Peço desculpas aos meus pais também, por ter por tanto tempo dado a eles a impressão de que eu era menos do que isso, porque o que eu sou eu devo a eles. Claro, outras pessoas tiveram importância na minha formação também, mas foi hoje quando eu ouvi minha mãe se emocionando ao telefone diante da notícia, que eu vi que eles nunca tinham percebido o filho que tinham criado até esse momento, até agora. Pois é, esse sou eu. E pai, minha afirmação ao telefone de que "Eu sou o cara" não foi falta de modéstia, claro que não. Mas depois de tanto tempo, tantos anos, me sentindo um incapaz, um merda, eu finalmente tenho algo para olhar e dizer que fiz por mim mesmo, sozinho, sem ajuda, sem cursinho, sem porríssima nenhuma, e consegui. Não só consegui - fui o melhor! Estou só me dando o valor que eu finalmente mereço. Continuo sendo humilde, mas me dou ao direito de exaltar minhas vitórias - até hoje nada numerosas, mas isso está para mudar. Ah, está!

Ainda tem a prova prática pela frente, mas sinceramente, estando em primeiro agora, por mais que eu caia de posição na prova prática, provavelmente entrarei em algum momento durante a validade do concurso. Mas isso nem é tão importante. O importante é que eram 792 outras pessoas lá. Fazendo a mesma prova que eu. E nenhuma delas foi tão bem quanto eu fui.

Ladies and gentlemen, we're back. And we mean business.


Wind

13.6.03

Diário das Reformas.


Não, nada a ver com Reforma da Previdência ou Política, ou qualquer das Reformas governamentais. Amanhã é meu aniversário de 1 mês de vida. Não que durante os outros 22 eu não tenha vivido, vivi sim. Mas eu era sempre espectador da minha vida. Vítima de uma incapacidade inexplicável de fazer as coisas que eu queria, e que por muito tempo foi tida pelos outros - e mesmo por mim - como uma falha moral, uma falta de motivação e de caráter. Mas não. Há algum tempo, decidi que não era possível que a dificuldade que eu sentia de fazer as coisas fosse a mesma que todos sentiam. Não era possível eu ser tão mais fraco que o resto do mundo. O processo começou ainda durante essa desconfiança, sublinarmente, sem que eu percebesse. Fui descartando da minha vida as coisas que não me faziam bem, uma a uma, e isso significou abandonar muita coisa sem ter a certeza de que era uma melhora. Encarei também alguns receios e fui longe atrás de uma resposta. Dinheiro e tempo foram gastos em cima disso, mas o resultado é tão avassaladoramente satisfatório, que eu gastaria dez vezes mais se fosse necessário. E agora, finalmente, com a chegada da Rita, tudo mudou. Mesmo.

Comecei a frequentar a Psiquiatra na esperança de que ela me botasse de volta nos trilhos. Ela não fez isso. Ela me botou nos trilhos pela PRIMEIRA vez, em 22 anos. Me apresentou à Rita, e eu a princípio fiquei receoso. Mas o resultado foi assombroso. Não voltei ao estado anterior à depressão: eu evoluí a um estado superior.

Comecei a tomá-la 29 dias atrás, e o efeito foi imediato e intenso. Era como se finalmente, toda aquela vontade e determinação que eu SEMPRE tive tomaram controle do meu organismo, e até agora eu estou maravilhado, não tendo encontrado nada que eu NÃO fosse capaz de fazer. Tudo o que antes eu não era capaz, a ponto de já ter me conformado que era inútil tentar, hoje eu faço com maestria, com a dedicação e o empenho que eu sempre tive mas que não sabia direcionar, que só funcionava em explosões aleatórias e sempre acabava em segundos, me fazendo largar qualquer projeto nos dois primeiros passos. Tudo é fácil agora, é fácil como sempre foi na minha mente, mas nunca tinha sido na minha realidade.

Ainda estou enumerando os efeitos da Rita sobre mim. Uma das consequências que é meio evidente mas eu não tinha pensado até sentir, é que com minha concentração focada, eu fico menos ciente do ambiente ao meu redor. Embora isso tenha sido uma das causas da minha TDAH ao longo da vida, eu não consigo deixar de pensar que eu eliminei uma parcela artística para colocar uma parcela funcional na minha alma. Outra coisa que eu deveria ter pensado que poderia acontecer e aconteceu, foi que agora minha incapacidade de parar as coisas que eu estava fazendo absortamente se estende para TUDO. Não consigo parar nada que eu começo, e às vezes isso tem me atrapalhado um pouco, à medida que eu perco compromissos porque não consegui parar de estudar ou fazer um trabalho. Virei um CDF horroroso :D Mas isso é apenas diferente, não é de maneira alguma ruim. Minha capacidade de terminar o que eu começo, minha capacidade de criar e me dedicar, isso tudo trouxe minha auto-estima e minha vaidade de volta do além. É como se, depois de tantos anos assistindo dentro de uma redoma de inércia meu corpo se deteriorar, meu futuro se distanciar, as coisas pesarem, agora que eu explodi as barras da cela eu quisesse recuperar tudo de uma vez. Estou cuidando do meu corpo como um obcecado, coisa que NINGUÉM que me conhece jamais pensou que fosse da minha índole. Mas era. Eu apenas não conseguia me mover em direção a isso. Mesma coisa com arrumação da casa, mesma coisa com a faculdade, mesma coisa com o trabalho, o estudo. Eu sempre fui potencialmente esse Wind de 1 mês de vida. Mas só nasci no dia 14 de Maio de 2003. Antes disso, era um periscópio mal-montado que espiava a vida.

Mas já chega de recolher informações. Perdi muito mais tempo do que o necessário nessa fase. Agora, é a hora de fazer tudo o que eu aprendi que é certo e bom, e tudo o que eu quero. É hora de agir.

Ainda faltam muitas reformas, mas elas estão acontecendo a 200 por hora. E não pretendo diminuir o ritmo. Tenho fome de mundo, e estive subnutrido até agora. O que me aparecer na frente agora, engolirei sem cerimônias.

Na prática, pouca coisa mudou. Aqui dentro, foi uma revolução tamanha, que me sinto na necessidade de me reapresentar:

Olá, pessoas do mundo. Eu sou o Rafael de verdade. O Windblow de verdade. Vocês nunca me viram, mas aposto que nos daremos muito bem :)


Agora vou indo, too many things to do in such a short ammount of time...



Rafael Pagani Savastano

10.6.03

Gente, demorou mas eu terminei! O sexto trabalho do semestre de Computação II (Delphi) era fazer um programinha sacal com um timer, mas o professor deixou como desafio que alguém fizesse o joguinho do Campo Minado. E eu, que sou pouco viciado, obviamente não perdi tempo. Ainda mais agora sem concurso pra estudar, era a chance de ouro de ocupar a cabeça com alguma coisa. E além do que, eu sou apaixonado por Campo Minado! Chega a ser poético, a gente conhece o jogo, joga, joga mais, vence, bate os recordes, e finalmente, anos depois, faz o seu próprio :P

E assim, aqui está ele. Ainda não tirei todos os bugs, mas estou muito orgulhoso por ter conseguido implementar quase tudo que o WinMine tem, inclusive coisas que muito poucos clones de Campo Minado têm, como por exemplo o fato de a primeira casa que vc clica nunca ser bomba, a carinha do botão que muda de acordo com a situação do mouse, e os contadores digitais. Tudo, sem exceção, feito por mim from scratch.

Então é com orgulho de pai que eu apresento a vocês, a primeira versão do meu.... WINDMINE!!!! :D

Qualquer bug, defeito, memory leak e bizonhices em geral que vcs encontrarem, por favor avisem no comments :P



Wind

3.6.03

53 em 70. Não é um bom resultado, mas pelo menos estou classificado, e além disso, para o primeiro concurso público, tá mais que bom. Ainda mais tendo gabaritado duas matérias, uma delas Direito Constitucional, e tirado 9 em 10 em Direito Administrativo, matérias que eu nunca tinha visto na minha vida até 1 mês atrás. A merda - pasmem - foi que em Informática eu me ferrei. Só caíram questões de Java e Oracle, umas coisas completamente fora da realidade do cargo. E o que incomoda é que Info tem peso maior que as outras (junto com Inglês Técnico, mas esse eu gabaritei), e é a matéria de desempate. Bem, paciência. Pelo menos eu sabia que ia me dar mal no momento em que olhei a prova. O que eu não sabia que ia errar tanto era Português... mas a prova está esquisita, uma ou duas questões ali eu tenho certeza que serão anuladas. E Matemática, não gabaritei por dois erros muito bestas, de atenção a enunciado.

Anyway, tem mais concursos vindo por aí, e eu tenho certeza que eu consigo passar, independente de cursinho preparatório ou coisa que valha. Não é um bicho-de-sete-cabeças como todo mundo pinta. E além disso, acreditem se puder, eu estou me sentindo ocioso demais agora que não tenho mais que estudar o dia inteiro :P

A Rita faz milagres mesmo.



Wind