Para a minha gata que eu amo;
PLACEBO - WITHOUT YOU I'M NOTHING
Strange infatuation seems to grace the evening tide.
I'll take it by your side.
Such imagination seems to help the feeling slide.
I'll take it by your side.
Instant correlation sucks and breeds a pack of lies.
I'll take it by your side.
Oversaturation curls the skin and tans the hide.
I'll take it by your side.
tick - tock [x3]
tick - tick - tick - tick - tick - tock
I'm unclean, a libertine
And every time you vent your spleen,
I seem to lose the power of speech,
Your slipping slowly from my reach.
You grow me like an evergreen,
You never see the lonely me at all
I...
Take the plan, spin it sideways.
I...
Fall.
Without you, I'm Nothing.
Without you, I'm nothing.
Without you, I'm nothing.
Take the plan, spin it sideways.
Without you, I'm nothing at all.
Wind
24.6.05
23.6.05
Escrevi de impulso, ficou gigante, não sei o que fazer com isso, então... bora postar no blog! (não faço isso há muitos anos, anyway)
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HEXALOGIA STAR WARS?
por Windblow
Acabo de assistir o DVD "Star Wars: Uma Viagem Musical", que veio junto com a trilha sonora do Episódio 3, e durante a exibição, eu tive uma grande epifânia sobre Star Wars. Ela me trouxe duas importantíssimas conclusões:
1) Star Wars foi feito para ser assistido na exata ordem em que os filmes foram feitos. IV, V, VI, I, II e III. Ok, parece ridículo, masé sério! Desde que foi revelado que haveria uma primeira trilogia, ainda na época da original, todos imaginavam que, uma vez completada, a trilogia se tornaria automaticamente e temporalmente anterior à predecessora. Se os filmes tivessem sido feitos logo em seguida, até poderia ser... mas a trilogia anunciada no final da década de 90 já era outra coisa. Um conceito novo - a "prequel" - que ninguém até agora entendeu que funciona muito bem. Ver a parte final da história, depois ver seu começo. E o final da história emenda-se imediatamente com o começo. Um círculo completo, conceito muito sedutor e interessante.
De fato, eu sinto que as pessoas que se apegam à necessidade de assistir aos episódios de Star Wars em ordem cronológica acabam com a experiência. Sim, porque os primeiros episódios não são tão bons quanto os finais, e no entanto, assistí-los antes ESTRAGA os posteriores. As pessoas fingem que não, mas é impossível sublimar as diferenças técnicas e de ritmo entre as duas trilogias. A tecnologia atual fez George Lucas preencher seus novos filmes de detalhes. Cada tomada decena tem um bilhão de objetos, cores e criaturas. Cada tomada mais boçal possível - uma nave cruzando o espaço - tem alguma transparência, algum planeta colossal ao fundo, no mínimo um reflexo de sol na lente da câmera. A trilogia original abusa de closes e chroma-key impossível de ser disfarçado para preencher a tela em cenas abertas - que são poucas, justo por esse motivo. Enquanto na trilogia original, cada cena de diálogo é filmada contra um pedaço mínimo de cenário, todas as cenas da trilogia mais recente têm vastas paisagens computadorizadas por trás. Por mais que se tenha boa vontade, não dá para sentir continuidade entre o episódio 3 e o episódio 4, independente de quantas vezes George Lucas resolva retocar o filme com computação gráfica. O que me leva à segunda conclusão importantíssima:
2) George Lucas ainda não sabe disso e acha que os filmes têm quefuncionar em ordem cronológica de qualquer jeito!! E isso me dá muito, muito medo. Assistindo ao DVD, que tem clipes dos 6 filmes, acompanhados de suas trilhas sonoras, na ordem cronológica, é visível a tentativa dele de diminuir as diferenças técnicas da trilogia original para a atual. Chega ao absurdo de, em alguns clipes da trilogia antiga, ele usar quase mais desenhos de produção do que imagens dos filmes mesmo. E ele evita ao máximo misturar cenas das duas trilogias (ao menos de maneira lógica para as músicas, que contam as histórias dos personagens. Ele mistura, no entanto, várias cenas que nada têm a ver com o momento da história que a música conta, mas que no entanto têm menos discrepância de qualidade de imagem e ritmo umas com as outras. Apenas duas vezes no DVD há sequências de imagens de todos os filmes com alguma lógica, e essas funcionam muito bem. Falo delas depois.). Conhecendo o senhor Lucas e seu problema psiquiátrico sério com a franquia Star Wars, aliado a sua conhecida opinião de que mudar um filme de 25 anos de idade - e banir as cópias não-modificadas!! - é perfeitamente aceitável, sinto que em algum futuro próximo ele pode acabar desfigurando sua trilogia original, como Michael Jackson fez com o próprio nariz, em busca da sua"visão", e inutilizar para sempre filmes que são importantes na vidade muita gente. Já ouvi até falar que ele vai fazer versões em animação 3D dos seis filmes no futuro próximo, tamanha é sua incomodação com as diferenças entre as duas trilogias. Se isso acontecer, não é muito remota a probabilidade de ele estabelecer que as animações agora são "Star Wars" e banir os 6 filmes anteriores!
Ok, é exagero, mas... será mesmo? :/
Por sinal, só tive essa revelação porque o DVD é a primeira vez que os filmes (bem, cenas deles) são exibidos em ordem sequencial do episódio I ao VI - isso excetuando, é claro, no caso de fãs que viram os episódios I e II em casa, depois o III no cinema, e de volta para casa, emendaram com a trilogia clássica, o que eu obviamente não fiz -, e isso realmente bota os seis filmes na perspectiva que todos sempre esperaram para ver. E dá claramente para perceber que NÃO FUNCIONA! Bem, algumas coisas funcionam bem, mas a maioria não. Anotei alguns exemplos, e como sou um cara positivista, vou começar pelo que funciona:
- Leia. É REALMENTE interessante vê-la como filha da Padmè. Tudo funciona na relação das personagens - a aparência das atrizes, o comportamento da filha e suas semelhanças com a mãe, e ao mesmo tempo a maneira como seu amor por Han Solo é uma redenção das pequenezas do amor de Amidala por Anakin (egoísta e mesquinho demais, na minha opinião). E também é bastante notável o lado que ela herdou do pai, a impulsividade e a autoconfiança. Pra mim, Leia é muito mais a filha de Anakin e Padmè do que Luke, muito embora haja um novo aspecto no personagem dele também, com as referências sentimentais criadas pelos primeiros episódios. Aliás, desde 1982 já se sabe que Luke e Leia são irmãos, mas de certa forma, ter assistido ao nascimento e separação deles (ok, e à clipagem de imagens dos dois, evidenciando-os como irmãos, que tem no DVD, que é maravilhosa) fincou essa idéia tão fortemente que é impossível pra mim agora assistir ao episódio IV imaginando que Luke é apaixonado por ela, o que é essencialmente um ponto no qual a trilogia atual "modificou" a original pra mim)
- Palpatine. A transformação dele no episódio III fez a ponte perfeita entre as duas trilogias para o personagem, e é muito fácil assistí-lo no episódio IV e realmente acreditar que ele está "voltando" para uma última participação depois de ter sido retratado instaurando o império e seduzindo Anakin para o lado negro.
- Darth Vader. Não vou nem me delongar nessa aqui, porque é bastante óbvia. George Lucas queria transformá-lo no fio central da história, e conseguiu.
- Obi-Wan Kenobi. Ewan McGregor conseguiu, no terceiro filme, realmente convencer o público que ele iria envelhecer e se tornar Alec Guinness. Mas isso também não é novidade, porque desde o episódio I ele já passava essa impressão.
- Han Solo. Ok, pode parecer estranho, porque afinal ele é um personagem exclusivo da trilogia original, mas os primeiros episódios conseguem frisar ainda mais as habilidades dele. Afinal, nem mesmo os grandes pilotos da República fizeram qualquer coisa comparável ao que ele faz com a Millenium Falcon. Em uma época em que os Jedi estão extintos, ele escapa com uma lata velha de 3 Star Destróiers e inúmeros TIE-Fighters por dentro de um campo de asteróides. Sozinho. E ele é um humano! Em 3 filmes da trilogia mais recente, com todas as guerras, batalhas épicas e milhões de personagens, nenhuma pessoa normal (não-Jedi) fez o que Han Solo faz pela Aliança Rebelde, sem usar poder nenhum.
Ok. Agora, vamos ao que DEFINITIVAMENTE não funciona. Não mencionarei de novo a discrepância de cenários, da qual já falei ali em cima, mas ela é só a ponta do iceberg. Também temos:
- Textura e idade do filme. Ok, George, nem um bilhão de dólares e um milhão de técnicos poderão apagar o fato de que a trilogia original foi filmada em celulóide, enquanto que os filmes atuais são digitais. Isso faz muita - MUITA - diferença. Nem uma criança de 5 meses sem qualquer informação prévia sobre o que é Star Wars (como se alguém chegasse a essa idade sem ouvir falar...) conseguiria achar que os filmes antigos são uma continuação dos novos. É uma diferença claramente visível em cada quadro de filme. E isso sem falar dos efeitos especiais, hoje em dia tão fáceis de se notar na trilogia original. É como se de repente o próximo filme do Homem-Aranha fosse feito com um ator erguido por cabos de aço contra uma pintura matte de prédios para dar a ilusão de que ele está em Nova York. Por mais que o roteiro fosse a melhor adaptação de quadrinhos de todos os tempos, a quebra de qualidade num produto sequencial seria suficiente para afundar o filme. Simplesmente não convence.
- Yoda. Não, não e não. A evolução dele está toda errada nos filmes. Em "Império", ele é completamente diferente do resto dos filmes, mesmo dos outros em que ele ainda é marionete, mesmo de "Jedi", quando o boneco foi refeito e as feições ficaram parecidas com a do Yoda da nova trilogia. Só que fazia sentido o boneco ser melhorado de um episódio para o seguinte. Porém, não faz sentido ele ser um boneco,depois ser uma computação gráfica saltadora acrobática com mais movimentos e feições do que um chinês de circo, depois outro boneco, com a cabeça afinada e orelhas pequenas, e depois de novo um boneco parecido com o do primeiro episódio. Sem falar na voz, que também mudou do episódio V pro VI, e depois pros 3 primeiros. Enquanto personagem, é bastante plausível, mas visualmente... não rola.
- SABRES DE LUZ!! Se você também fica incomodado quando se pega achando que as batalhas de sabre da trilogia original são caídas, e teme estar cometendo sacrilégio e perdendo a fé, fique tranquilo! Você não está indo para o lado negro, só está constatando o ÓBVIO. Não estou dizendo que as batalhas da nova trilogia deveriam ter sido feitas para parecerem as antigas - pelo contrário, se tem algo que eu amo de paixão nessa nova trilogia, são os duelos - mas também estou dizendo que é HUMANAMENTE IMPOSSÍVEL não achar RIDÍCULO que DarthVader e Obi-Wan, depois de terem caído na mais linda e feroz porrada jamais filmada, em um planeta de lava, pulando sobre plataformas e voando por aí, fiquem batendo seus sabres de luz desengonçadamente como dois velhos dando bengaladas um no outro, em seu duelo final (altamente grandioso - ou deveria ser) na Estrela da Morte. É simplesmente tosco. Não existe. A NÃO SER que você veja pelos olhos não da cronologia, e sim das épocas dos filmes. Se você admitir que está vendo a segunda parte de uma história, que por acaso conta seu começo (enquanto que a primeira contava seu final), toda a agonia pelos duelos curtos e lentos da trilogia original simplesmente se esvai e você pode voltar a gostar deles do fundo de seu coração! Acredite, é verdade! Faça o que eu digo e veja por si mesmo. :)) Numa observação relacionada, as batalhas espaciais também têm uma queda de ritmo entre as duas trilogias, mas é bem menor e dá pra conviver com o fato muito mais facilmente.
- R2D2. Outra vítima da tentação de usar tecnologia nova para "melhorar" um personagem no passado dele. Onde estão aqueles jatos altamente úteis ao longo de todos os perrengues que ele passa juntodos rebeldes? Diabos, por que ele não os ligou para aparar a queda quando Luke deixa ele cair em Dagobah?!
- Música. Calma, não me linchem!!! Eu explico - a músia de Star Wars é, sem sombra de dúvida, sua melhor parte. Eu amo John Williams, eu tenho todos os CDs de trilha sonora de todos os filmes (menos do Episódio 2 :/// shame on me! Mas corrigirei isso rapidinho), ouço sempre, achei a viagem sonora pela trilogia simplesmente extasiante. PORÉM, por mais que John Williams seja Deus, ele não é onisciente. Não tinha como saber, na década de 70, quais temas teria composto para cada um dos filmes. E quando se usa leitmotif (temas que se repetem ao longo da orquestração para evocar personagens, técnica muito usada por Wagner, por exemplo), a coesão musical é tão importante quanto a coesão da história. O tema de um personagem é parte integrante dele, se ele entra em evidência na cena, o tema dele toca. Se é lembrado, o tema é insinuado. E por aí vai. Uma das coisas que realmente me deixa quase sexualmente excitado na trilha sonora de O Senhor dos Anéis, por exemplo, é que o tema de Gondor, que só aparece na trilha do último filme, é tocado por uma corneta, ao fundo, já no primeiro, quando Boromir fala de sua cidade no Conselho de Elrond. Isso é GENIAL!! O tema estava lá, pronto, o tempo todo. Claro que Gondor só apareceria no terceiro filme, mas ela já existia, já tinha um tema - muito, muito bom, por sinal. Muitos acharam extremamente ousado do Howard Shore guardar um tema como aquele por 2 anos na gaveta - desde o início. E nisso, a descontinuidade de Star Wars atrapalha. Antes, era perfeitamente aceitável que o episódio IV não tivesse a Marcha Imperial, pois ela só foi introduzida no episódio V, como o tema do Império Galático. Só que agora, ela já foi estabelecida no episódio II (já tinha sido insinuada no I), e no III ela é quase que oficialmente transformada no tema pessoal de Vader. Sua ausência no episódio IV passou a ser inexplicável, um verdadeiro vácuo (e já existem rumores de longa data de que George Lucas estaria assediando John Williams para "recompôr" a trilha do episódio IV e introduzir a marcha imperial lá. Pensem em um sacrilégio bem grande...) E mais do que isso, ele introduziu, nos 3 primeiros episódios, temas muito fortes e muito significativos, que não voltam nunca mais nos últimos episódios. O tema da Força virou a linha que guia toda a vida de Anakin (e posteriormente, de seu filho Luke), mas o que dizer de Duel of the Fates? Ou Battle of Heroes (que, pela lógica ululante, deveria ser ao menos mencionada no momento em que Vader "mata" Obi-Wan, mas ao invés disso, toca o tema da... Léia?!) ? A grandiosidade musical da batalha final entre Anakin e Obi-Wan no planeta de lava não é alcançada em nenhum outro momento na trilogia. Pra não dizer "em nenhum momento", por uns 12 compassos, no início da batalha final de "Jedi". Depois disso... entra o tema alegre e saltitante dos Ewoks! ¬¬ 6 filmes e diversas músicas intensamente significativas de carga, e nenhuma revisão final de todas elas no fim da jornada... é um tanto frustrante.
...e outros fatores menores. Mas o fato é: tentar fazer os filmes funcionarem na ordem cronológica é um exercício de boa-vontade e frustração. George Lucas já é patologicamente obcecado com isso, o que resulta em várias cirurgias plásticas desnecessárias na obra dele. Os fãs não precisam ser também. Quem quer que tenha dito que não se pode começar uma história pelo meio, terminar no meio, recomeçar e atingiro meio no final... bem, além de ser meio prolixo, estava mentindo. Star Wars é uma saga cinematográfica muito, muito divertida do jeito que é. Se melhorar, estraga. Literalmente.
E tenho dito!
Wind
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HEXALOGIA STAR WARS?
por Windblow
Acabo de assistir o DVD "Star Wars: Uma Viagem Musical", que veio junto com a trilha sonora do Episódio 3, e durante a exibição, eu tive uma grande epifânia sobre Star Wars. Ela me trouxe duas importantíssimas conclusões:
1) Star Wars foi feito para ser assistido na exata ordem em que os filmes foram feitos. IV, V, VI, I, II e III. Ok, parece ridículo, masé sério! Desde que foi revelado que haveria uma primeira trilogia, ainda na época da original, todos imaginavam que, uma vez completada, a trilogia se tornaria automaticamente e temporalmente anterior à predecessora. Se os filmes tivessem sido feitos logo em seguida, até poderia ser... mas a trilogia anunciada no final da década de 90 já era outra coisa. Um conceito novo - a "prequel" - que ninguém até agora entendeu que funciona muito bem. Ver a parte final da história, depois ver seu começo. E o final da história emenda-se imediatamente com o começo. Um círculo completo, conceito muito sedutor e interessante.
De fato, eu sinto que as pessoas que se apegam à necessidade de assistir aos episódios de Star Wars em ordem cronológica acabam com a experiência. Sim, porque os primeiros episódios não são tão bons quanto os finais, e no entanto, assistí-los antes ESTRAGA os posteriores. As pessoas fingem que não, mas é impossível sublimar as diferenças técnicas e de ritmo entre as duas trilogias. A tecnologia atual fez George Lucas preencher seus novos filmes de detalhes. Cada tomada decena tem um bilhão de objetos, cores e criaturas. Cada tomada mais boçal possível - uma nave cruzando o espaço - tem alguma transparência, algum planeta colossal ao fundo, no mínimo um reflexo de sol na lente da câmera. A trilogia original abusa de closes e chroma-key impossível de ser disfarçado para preencher a tela em cenas abertas - que são poucas, justo por esse motivo. Enquanto na trilogia original, cada cena de diálogo é filmada contra um pedaço mínimo de cenário, todas as cenas da trilogia mais recente têm vastas paisagens computadorizadas por trás. Por mais que se tenha boa vontade, não dá para sentir continuidade entre o episódio 3 e o episódio 4, independente de quantas vezes George Lucas resolva retocar o filme com computação gráfica. O que me leva à segunda conclusão importantíssima:
2) George Lucas ainda não sabe disso e acha que os filmes têm quefuncionar em ordem cronológica de qualquer jeito!! E isso me dá muito, muito medo. Assistindo ao DVD, que tem clipes dos 6 filmes, acompanhados de suas trilhas sonoras, na ordem cronológica, é visível a tentativa dele de diminuir as diferenças técnicas da trilogia original para a atual. Chega ao absurdo de, em alguns clipes da trilogia antiga, ele usar quase mais desenhos de produção do que imagens dos filmes mesmo. E ele evita ao máximo misturar cenas das duas trilogias (ao menos de maneira lógica para as músicas, que contam as histórias dos personagens. Ele mistura, no entanto, várias cenas que nada têm a ver com o momento da história que a música conta, mas que no entanto têm menos discrepância de qualidade de imagem e ritmo umas com as outras. Apenas duas vezes no DVD há sequências de imagens de todos os filmes com alguma lógica, e essas funcionam muito bem. Falo delas depois.). Conhecendo o senhor Lucas e seu problema psiquiátrico sério com a franquia Star Wars, aliado a sua conhecida opinião de que mudar um filme de 25 anos de idade - e banir as cópias não-modificadas!! - é perfeitamente aceitável, sinto que em algum futuro próximo ele pode acabar desfigurando sua trilogia original, como Michael Jackson fez com o próprio nariz, em busca da sua"visão", e inutilizar para sempre filmes que são importantes na vidade muita gente. Já ouvi até falar que ele vai fazer versões em animação 3D dos seis filmes no futuro próximo, tamanha é sua incomodação com as diferenças entre as duas trilogias. Se isso acontecer, não é muito remota a probabilidade de ele estabelecer que as animações agora são "Star Wars" e banir os 6 filmes anteriores!
Ok, é exagero, mas... será mesmo? :/
Por sinal, só tive essa revelação porque o DVD é a primeira vez que os filmes (bem, cenas deles) são exibidos em ordem sequencial do episódio I ao VI - isso excetuando, é claro, no caso de fãs que viram os episódios I e II em casa, depois o III no cinema, e de volta para casa, emendaram com a trilogia clássica, o que eu obviamente não fiz -, e isso realmente bota os seis filmes na perspectiva que todos sempre esperaram para ver. E dá claramente para perceber que NÃO FUNCIONA! Bem, algumas coisas funcionam bem, mas a maioria não. Anotei alguns exemplos, e como sou um cara positivista, vou começar pelo que funciona:
- Leia. É REALMENTE interessante vê-la como filha da Padmè. Tudo funciona na relação das personagens - a aparência das atrizes, o comportamento da filha e suas semelhanças com a mãe, e ao mesmo tempo a maneira como seu amor por Han Solo é uma redenção das pequenezas do amor de Amidala por Anakin (egoísta e mesquinho demais, na minha opinião). E também é bastante notável o lado que ela herdou do pai, a impulsividade e a autoconfiança. Pra mim, Leia é muito mais a filha de Anakin e Padmè do que Luke, muito embora haja um novo aspecto no personagem dele também, com as referências sentimentais criadas pelos primeiros episódios. Aliás, desde 1982 já se sabe que Luke e Leia são irmãos, mas de certa forma, ter assistido ao nascimento e separação deles (ok, e à clipagem de imagens dos dois, evidenciando-os como irmãos, que tem no DVD, que é maravilhosa) fincou essa idéia tão fortemente que é impossível pra mim agora assistir ao episódio IV imaginando que Luke é apaixonado por ela, o que é essencialmente um ponto no qual a trilogia atual "modificou" a original pra mim)
- Palpatine. A transformação dele no episódio III fez a ponte perfeita entre as duas trilogias para o personagem, e é muito fácil assistí-lo no episódio IV e realmente acreditar que ele está "voltando" para uma última participação depois de ter sido retratado instaurando o império e seduzindo Anakin para o lado negro.
- Darth Vader. Não vou nem me delongar nessa aqui, porque é bastante óbvia. George Lucas queria transformá-lo no fio central da história, e conseguiu.
- Obi-Wan Kenobi. Ewan McGregor conseguiu, no terceiro filme, realmente convencer o público que ele iria envelhecer e se tornar Alec Guinness. Mas isso também não é novidade, porque desde o episódio I ele já passava essa impressão.
- Han Solo. Ok, pode parecer estranho, porque afinal ele é um personagem exclusivo da trilogia original, mas os primeiros episódios conseguem frisar ainda mais as habilidades dele. Afinal, nem mesmo os grandes pilotos da República fizeram qualquer coisa comparável ao que ele faz com a Millenium Falcon. Em uma época em que os Jedi estão extintos, ele escapa com uma lata velha de 3 Star Destróiers e inúmeros TIE-Fighters por dentro de um campo de asteróides. Sozinho. E ele é um humano! Em 3 filmes da trilogia mais recente, com todas as guerras, batalhas épicas e milhões de personagens, nenhuma pessoa normal (não-Jedi) fez o que Han Solo faz pela Aliança Rebelde, sem usar poder nenhum.
Ok. Agora, vamos ao que DEFINITIVAMENTE não funciona. Não mencionarei de novo a discrepância de cenários, da qual já falei ali em cima, mas ela é só a ponta do iceberg. Também temos:
- Textura e idade do filme. Ok, George, nem um bilhão de dólares e um milhão de técnicos poderão apagar o fato de que a trilogia original foi filmada em celulóide, enquanto que os filmes atuais são digitais. Isso faz muita - MUITA - diferença. Nem uma criança de 5 meses sem qualquer informação prévia sobre o que é Star Wars (como se alguém chegasse a essa idade sem ouvir falar...) conseguiria achar que os filmes antigos são uma continuação dos novos. É uma diferença claramente visível em cada quadro de filme. E isso sem falar dos efeitos especiais, hoje em dia tão fáceis de se notar na trilogia original. É como se de repente o próximo filme do Homem-Aranha fosse feito com um ator erguido por cabos de aço contra uma pintura matte de prédios para dar a ilusão de que ele está em Nova York. Por mais que o roteiro fosse a melhor adaptação de quadrinhos de todos os tempos, a quebra de qualidade num produto sequencial seria suficiente para afundar o filme. Simplesmente não convence.
- Yoda. Não, não e não. A evolução dele está toda errada nos filmes. Em "Império", ele é completamente diferente do resto dos filmes, mesmo dos outros em que ele ainda é marionete, mesmo de "Jedi", quando o boneco foi refeito e as feições ficaram parecidas com a do Yoda da nova trilogia. Só que fazia sentido o boneco ser melhorado de um episódio para o seguinte. Porém, não faz sentido ele ser um boneco,depois ser uma computação gráfica saltadora acrobática com mais movimentos e feições do que um chinês de circo, depois outro boneco, com a cabeça afinada e orelhas pequenas, e depois de novo um boneco parecido com o do primeiro episódio. Sem falar na voz, que também mudou do episódio V pro VI, e depois pros 3 primeiros. Enquanto personagem, é bastante plausível, mas visualmente... não rola.
- SABRES DE LUZ!! Se você também fica incomodado quando se pega achando que as batalhas de sabre da trilogia original são caídas, e teme estar cometendo sacrilégio e perdendo a fé, fique tranquilo! Você não está indo para o lado negro, só está constatando o ÓBVIO. Não estou dizendo que as batalhas da nova trilogia deveriam ter sido feitas para parecerem as antigas - pelo contrário, se tem algo que eu amo de paixão nessa nova trilogia, são os duelos - mas também estou dizendo que é HUMANAMENTE IMPOSSÍVEL não achar RIDÍCULO que DarthVader e Obi-Wan, depois de terem caído na mais linda e feroz porrada jamais filmada, em um planeta de lava, pulando sobre plataformas e voando por aí, fiquem batendo seus sabres de luz desengonçadamente como dois velhos dando bengaladas um no outro, em seu duelo final (altamente grandioso - ou deveria ser) na Estrela da Morte. É simplesmente tosco. Não existe. A NÃO SER que você veja pelos olhos não da cronologia, e sim das épocas dos filmes. Se você admitir que está vendo a segunda parte de uma história, que por acaso conta seu começo (enquanto que a primeira contava seu final), toda a agonia pelos duelos curtos e lentos da trilogia original simplesmente se esvai e você pode voltar a gostar deles do fundo de seu coração! Acredite, é verdade! Faça o que eu digo e veja por si mesmo. :)) Numa observação relacionada, as batalhas espaciais também têm uma queda de ritmo entre as duas trilogias, mas é bem menor e dá pra conviver com o fato muito mais facilmente.
- R2D2. Outra vítima da tentação de usar tecnologia nova para "melhorar" um personagem no passado dele. Onde estão aqueles jatos altamente úteis ao longo de todos os perrengues que ele passa juntodos rebeldes? Diabos, por que ele não os ligou para aparar a queda quando Luke deixa ele cair em Dagobah?!
- Música. Calma, não me linchem!!! Eu explico - a músia de Star Wars é, sem sombra de dúvida, sua melhor parte. Eu amo John Williams, eu tenho todos os CDs de trilha sonora de todos os filmes (menos do Episódio 2 :/// shame on me! Mas corrigirei isso rapidinho), ouço sempre, achei a viagem sonora pela trilogia simplesmente extasiante. PORÉM, por mais que John Williams seja Deus, ele não é onisciente. Não tinha como saber, na década de 70, quais temas teria composto para cada um dos filmes. E quando se usa leitmotif (temas que se repetem ao longo da orquestração para evocar personagens, técnica muito usada por Wagner, por exemplo), a coesão musical é tão importante quanto a coesão da história. O tema de um personagem é parte integrante dele, se ele entra em evidência na cena, o tema dele toca. Se é lembrado, o tema é insinuado. E por aí vai. Uma das coisas que realmente me deixa quase sexualmente excitado na trilha sonora de O Senhor dos Anéis, por exemplo, é que o tema de Gondor, que só aparece na trilha do último filme, é tocado por uma corneta, ao fundo, já no primeiro, quando Boromir fala de sua cidade no Conselho de Elrond. Isso é GENIAL!! O tema estava lá, pronto, o tempo todo. Claro que Gondor só apareceria no terceiro filme, mas ela já existia, já tinha um tema - muito, muito bom, por sinal. Muitos acharam extremamente ousado do Howard Shore guardar um tema como aquele por 2 anos na gaveta - desde o início. E nisso, a descontinuidade de Star Wars atrapalha. Antes, era perfeitamente aceitável que o episódio IV não tivesse a Marcha Imperial, pois ela só foi introduzida no episódio V, como o tema do Império Galático. Só que agora, ela já foi estabelecida no episódio II (já tinha sido insinuada no I), e no III ela é quase que oficialmente transformada no tema pessoal de Vader. Sua ausência no episódio IV passou a ser inexplicável, um verdadeiro vácuo (e já existem rumores de longa data de que George Lucas estaria assediando John Williams para "recompôr" a trilha do episódio IV e introduzir a marcha imperial lá. Pensem em um sacrilégio bem grande...) E mais do que isso, ele introduziu, nos 3 primeiros episódios, temas muito fortes e muito significativos, que não voltam nunca mais nos últimos episódios. O tema da Força virou a linha que guia toda a vida de Anakin (e posteriormente, de seu filho Luke), mas o que dizer de Duel of the Fates? Ou Battle of Heroes (que, pela lógica ululante, deveria ser ao menos mencionada no momento em que Vader "mata" Obi-Wan, mas ao invés disso, toca o tema da... Léia?!) ? A grandiosidade musical da batalha final entre Anakin e Obi-Wan no planeta de lava não é alcançada em nenhum outro momento na trilogia. Pra não dizer "em nenhum momento", por uns 12 compassos, no início da batalha final de "Jedi". Depois disso... entra o tema alegre e saltitante dos Ewoks! ¬¬ 6 filmes e diversas músicas intensamente significativas de carga, e nenhuma revisão final de todas elas no fim da jornada... é um tanto frustrante.
...e outros fatores menores. Mas o fato é: tentar fazer os filmes funcionarem na ordem cronológica é um exercício de boa-vontade e frustração. George Lucas já é patologicamente obcecado com isso, o que resulta em várias cirurgias plásticas desnecessárias na obra dele. Os fãs não precisam ser também. Quem quer que tenha dito que não se pode começar uma história pelo meio, terminar no meio, recomeçar e atingiro meio no final... bem, além de ser meio prolixo, estava mentindo. Star Wars é uma saga cinematográfica muito, muito divertida do jeito que é. Se melhorar, estraga. Literalmente.
E tenho dito!
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